segunda-feira, 24 de março de 2008

Sobrevivi!

Depois de mais um fim-de-semana de Páscoa tive de me beliscar toda, reunir os fragmentos da minha lucidez, para chegar a esta conclusão. Ainda estou viva. Isto apesar de ter enfrentado heroicamente filmes sobre os 10 mandamentos, ben-hur e, oh céus, mais uma vez, a diarreia mental e artística mais sobrevalorizada da história da humanidade - A Paixão de Cristo. Ainda respiro, apesar de a RTP ter cometido o sacrilégio (isto em época santa, consta!) de não transmitir o abençoado episódio semanal de Prison Break (nome que não deve ser pronunciado em vão, ou lá o que é). Ah, e mais incrível ainda, ainda não fui fulminada por um raio, apesar de todos os impropérios enraivecidos proferidos contra o Senhor, Jesus, Noé e até o raio dos animais que o homem salvou, e de ter comido uma valente e gulosa chamuça na sexta-feira santa.

Sobrevivi mesmo, sem sequelas de maior, além da nostalgia pelos tempos da infância, quando os meus santos pais ateus e hereges me mantinham a salvo desta insanidade colectiva e para mim a Páscoa era apenas um nome para dar às férias e à época que separava os períodos escolares. Ainda assim, devo admitir que aprendi coisas incríveis nestes dias, que me vão valer para a vida. Entre as várias medidas que Deus tomou para salvar o seu povo da escravidão (através de Moisés, informo aos mais incultos nestas matérias), há uma que me deixou em êxtase: matou, e não estou a inventar, todas as criancinhas do Egipto. Só as criancinhas. E repito, as criancinhas. Ah, e vi num documentário que a história da ressurreição (preparem-se corações crentes e piedosos) pode ter muito bem origem num episódio à Carlos Paião: Cristo terá desfalecido na cruz, devido às dores, mas foi posto vivo na campa, já que ninguém se deu ao trabalho de verificar os sinais vitais (é preciso dizer que a medicina não era o que é hoje). E assim até me parece muito normal que o homem se tenha levantado três dias depois, ora bem!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Uau

«E à (o meu meu nome, com direito a primeiro e último), a quem este livro muito deve»*

Uau. Obrigada. Inchada, toda eu. Até porque estou tão feliz com o meu exemplar nas mãos (que vai ter, DE CERTEZA, direito ao primeiro autógrafo) que mais parece que fui eu que publiquei um livro! Uau (só mais este, para terminar). Uau (ups, este escapou!).

*in «Uma Amiga como Shiva», de Marta Curto (Ed. Livros d'Hoje)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Capítulo encerrado!


A resposta vai ser de luva branca e em grande estilo...pela voz de Pepetela!

Poderá a vingança saber melhor? Ih ih ih.

O António, pois claro

«Ah, o António gostou muito da entrevista»! O QUÊ? O António, ora essa. Claro. O António. Aquele que passou o tempo todo de trombas? Que me fez tremer os joelhos durante semanas na antecipação? O meu Lobo mau? Opá...que fofinhooooooooooooooooo!!! Depois disto, pode vir quem quiser que eu estou pronta.

Tirando talvez o Rui Costa. Sim, tirando ele. Mas isso vem de uma zona qualquer do meu(Cérebro? Cérebro não! Fica em branco, então) que eu não sei controlar. Não sei, juro que não sei!

sábado, 8 de março de 2008

Shake it, shake it...

...like a polaroid picture. E mais nada.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Descobertas

Descobri hoje (ou ontem, sei lá) que afinal as pessoas ainda nos podem surpreender! Mesmo que seja um quarentão com energia de miúdo de 15 anos e sensibilidade de camionista.

Descobri no fim-de-semana passado que é possível andar para trás sete anos e encontrar as pessoas tal e qual as deixámos pintadas na memória. Um arranhão a mais ou uma amolgadela a menos. Não interessa. São elas sim. «A primeira vez que me sentei contigo numa aula foste mesmo rude, mulher!». Fui e nem me lembrava! Como me ri. Como me inundei de saudades (não devia ter sido ao contrário?). Como descobri coisas que sabia saber mas já não sabia (ou sabia?). Como me soube bem voltar ao secundário, mesmo que só por uma noite.

Ah, e descobri agora que cheguei a este fim-de-semana mil vezes mais eu do que no anterior. Mesmo que o meu computador tenha pifado nas mãos de um certo alguém viciado em jogos de poker online...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Enquanto espero...

«It is breaking me down, watching the world spin round while my dreams fall down»


Losing my Way, Justin Timberlake

Penne a la Capricciosa

Sentia-me abandonada. Perdida. E depois chegou a mensagem. Sei que foi sem saber. Foi um impulso alheio ao ritmo dos meus batimentos cardíacos. Mas foi tão bom. Sabem elas que eu não acredito em forças do universo. Mas acredito nas nossas.

Fiquei tão feliz por vos ver à saída do metro que empurrei garganta abaixo os problemas causados por quem não me merece um segundo pensamento. E os outros também. Aqueles que não desaparecem mas que pesam menos quando vos vejo sorrir do outro lado da mesa. Quando decidimos que massas, pizzas e infinidade de sobremesas podemos dividir. Quando tu me dás aquela boa novidade, a oportunidade que te vai cansar o dobro mas que tu mereces. Quando me preocupo contigo por também tu estares um pouco perdida, numa crise de vocação que compreendo e não sei como afastar de ti. Quando me contas como fugiste para não dar boleia a um cego mesmo inconveniente. Todas. Poder entrelaçar-nos na força do resto, estancar o que não interessa para depois da sobremesa. Partilhar com vocês os meus demónios para ser mais fácil imaginá-los com um chapéu de palhaço e um rabo de porco até que acabem por desaparecer. Como os sem-forma do Harry Potter (será ridículo falar de Harry Potter no meio disto? Arrisco...)!

Ah, e a comida. Estava boa (Estava, não estava?).